sábado, 14 de setembro de 2013

Folclores


Folclórico -  concernente ao folclore
Folclore provém do inglês folk (fouk) gente, tribo nação e lore conhecimento, tradição.
Folk tale ou folk story lenda.
Folk-custom costume popular.
Folk-dance dança folclórica.
Folk-music música folclórica.
Folk-song canção folclórica.
O Dicionário Globo define o verbete folclore com sendo “Conjunto das tradições, lendas ou crenças populares de um país ou região, expressas em provérbios, contos ou canções; ciência das tradições, crenças e costumes populares”.
(Dicionário Brasileiro Globo, 37 ed. São Paulo, 1995).
A Carta do Folclore Brasileiro elaborada no ano de 1951, no Rio de Janeiro, por ocasião do I Congresso Brasileira de Folclore definiu folclore como “as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular e pela imitação e que não sejam diretamente influenciadas pelos círculos eruditos e instituições que se dedicam ou à renovação e conservação do patrimônio científico e artístico humano ou à fixação de uma orientação religiosa ou filosófica”.
No decorrer dos anos com o advento da televisão e modernização da sociedade havia o temor que o folclore desaparecesse.
Não foi o que aconteceu. A cultura passou a ser vista de outra forma.
As manifestações culturais passaram a ser entendidas como a expressão a visão de mundo de uma sociedade.
Além de se buscar e dar sentido às datas festivas e aos elementos que se interligavam como danças, trajes típicos, pratos típicos (folclóricos), havia outros elementos, cujos significados eram representativos de uma sociedade.
Romperam-se as barreiras entre a cultura popular e a erudita. O folclore passou a ser visto como fato cultural.
No ano de 1995 por ocasião do VIII Congresso Brasileiro do Folclore, os folcloristas brasileiros revisaram a Carta do Folclore Brasileiro que passou a ser definido como “o conjunto das criações culturais de uma comunidade, baseado nas tradições expressas individual ou coletivamente, representativo de sua identidade social. Constituem-se fatores de identificação da manifestação folclórica: aceitação coletiva, tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade”.
O folclore brasileiro representa a cultura do povo brasileiro.
A nossa marca primeira e forte está nas três raças que formaram a história brasileira: indígenas, portugueses e negros.
No entanto, não somos mais as três raças que constituíram o início da história brasileira. Quando nos perguntam, qual a nossa identidade cultural, certamente respondemos “A nossa identidade cultural é constituída por uma diversidade de elementos, entre eles os folclóricos gerados no próprio país ou trazidos pelos imigrantes que colonizaram as diferentes regiões do Brasil”.
Ijuí, município localizado na região noroeste do Rio Grande do Sul representa uma mostra desta identidade cultural brasileira.
Aqui convivem 12 grupos étnicos constituídos em centros culturais.
Esses grupos preservam a cultura dos antepassados seja na língua, arquitetura, religiosidade, gastronomia, canções, dança e música.
A expressão do folclore é uma marca forte nas etnias de Ijuí que para 2012 pretendem mostrar ao público um pouco da cultura dos países de seus antepassados.
Para tanto, estarão mostrando através de desfile de carros alegóricos, no entardecer do dia 30 de setembro, domingo, alguns dos elementos folclóricos da África, Árabes, Alemanha, Áustria, Espanha, Holanda, Itália, Letônia, Polônia, Portugal, Suécia e do nosso querido Rio Grande do Sul, através do Centro Cultural Querência Gaúcha.
Além dos elementos folclóricos o público poderá se inteirar tanto da história de cada centro Cultural como a história do símbolo (elemento folclórico a ser apresentado.)
Serão mais de 20 carros alegóricos que darão uma verdadeira aula de cultura na Rua Beijamin Constant de Ijuí.
Para que os leitores conheçam um pouco sobre as etnias e os elementos folclóricos escolhidos para serem mostrados no desfile, apresentaremos a seguir pesquisa desenvolvida por integrantes dos grupos ou etnias e que certamente vem enriquecer as páginas deste blog.
A primeira etnia a contar um pouco da sua história e nos apresentar alguns elementos folclóricos é a etnia holandesa.
Sociedade Cultural Holandesa de Ijuí.
Pesquisa de Agnez Cigana
De Amsterdã – Holanda no navio Rheiland, em 05 de maio de 1908, partiram com destino ao Brasil cerca de 9 famílias descendentes holandesas – Klein, Hammaier, Howergor, Van-der-Sand, Van-der-Ham, Bóist, Blom, Commandeur.....- originárias de Noortland, localidade de Purmered, chegando em Ijuí dia 27 de junho do mesmo ano.
Instalaram-se em meio às matas, em casebres de madeira rusticamente construídas, entre as localidades da Lª 5 e 10 Norte, no distrito de Chorão.
Não tinham vocação agrícola.
Eram pedreiros, carpinteiros, marceneiros, ferreiros, artesões e estivadores. Inicialmente os homens trabalharam na construção da viação férrea de Cruz Alta e Santa Maria, enquanto suas mulheres cuidavam dos filhos, da casa, das plantações e dos animais.
Em Ijuí estas famílias de espírito empreendedor e associativo foram os pioneiros na criação de gado leiteiro da raça holandesa, na criação e implantação do cooperativismo.
Dedicaram-se ainda a suinocultura, fabricação de queijos, indústria de cerâmica, fabricação de telhas e tijolos de barro e na construção de alvenaria.
Como forma de continuar a cultuar as tradições de seus antepassados, descendentes Holandeses reuniram-se na Sociedade Cultural 25 de Julho da Lª 6 Norte, no dia 16 de dezembro de 1987 fundando a Sociedade Cultural Holandesa, sendo eleito o Sr. Guilherme Commandeur (in memória) como 1º presidente da entidade.
No dia 1º de outubro do ano de 1988 foi fundado o Grupo de dança “Moinhos de Vento” reproduzindo as danças folclóricas do Norte da Holanda.
A Sociedade até então não possuía sede própria.
A casa foi construída em estilo “Enxaimel” resgatando assim, o estilo típico das moradias de campo do Norte da Holanda, inaugurando a mesma no dia 13 de outubro de 1990 durante a 4ª Fenadi.
Atualmente a casa é dirigida pela presidente Sra. Gertrud Olinda Commandeur e demais componentes da diretoria.
A casa oferece uma vasta gastronomia com diversos pratos típicos, entre os quais: pernil de porco, panqueca de vinho, beterraba ao molho branco, molho de língua, Wlai, batatinha recheada com carne, etc.
Os visitantes encontram lá também objetos tradicionais, quadros que contam sobre a história de construção do país, de sua economia, folclore e da própria fundação da etnia.
Alguns elementos folclóricos dos holandeses
MOINHOS
O moinho uma das principais características da Holanda foi usado desde o Séc. XIV para bombear água das terras abaixo do nível do mar, na conquista de mais terreno. Foi usado também na moagem de grãos e preparo de cerâmica.
Calcula-se que no séc. XVIII existiam cerca de dez mil moinhos na Holanda.
Além de fonte de energia, eles passaram a ser usados também para outras tarefas, como moer farinha.
Hoje existem cerca de trezentos moinhos em funcionamento no país.
Alguns dos mais famosos são os dezenove gigantes em Kinderdijk, ao sul de Roterdã, outros hoje ganharam nova finalidade: viraram museus e restaurantes.
TAMANCOS
Hoje estamos representando outro elemento folclórico da Holanda os famosos tamancos de madeira – O KLOMP – sapato típico holandês.
Este é mais que uma tradição.
Historicamente, há 500 anos já se usava cepas ocas de madeira para proteger os pés de lesões de pedras e espinhos.
Descobriu-se então que a madeira era uma excelente proteção para os pés.
Posteriormente eram esculpidos por artesões fazendo furos na madeira com instrumentos e técnicas caseiras.
O início do uso do sapato de madeira nos leva a Idade Média quando antigas sandálias de madeira evoluíram para o pitoresco e moderno tamanco holandês.
Na Holanda sua fabricação é datada por volta de 1429, por uma associação de sapateiros na cidade de Leyden, adquirindo o formato de sola e salto mais alto, livrando assim os pés do contato com a lama das ruas e resultando em mais conforto.
Dentro de casa era usado para proteger os pés da água e umidade nos afazeres domésticos.
Para chegar a ser um gracioso tamanco, primeiro a arvore era cortada e a madeira estocada durante o outono e inverno, estando pronta para ser esculpida após seis meses.
Feitos a mão, numa única peça de madeira clara e macia chamada, Salix ou Poupolies – no Brasil chama de corticeira - tornaram-se conhecidos tradicionalmente ao redor do mundo como calçado holandês.
O sapateiro leva em torno de uma hora e meia para esculpir artesanalmente um tamanco, que só pode ser usado com varias meias para maior conforto.
Por volta de 1918 os tamancos passaram a ser fabricados mecanicamente por maquinas, que gradativamente se desenvolveram.
Durante a II Guerra Mundial os nazistas utilizaram tamancos com o salto invertido para que quando estivessem em fuga, os alemães os procurassem na direção oposta a que estava fugindo.
O tamanco foi muito usado antigamente diariamente por homens, mulheres e crianças para proteger do frio, da umidade que faz no inverno da Holanda e facilitar sua locomoção na neve, devido ao seu formato, curvado na ponta.
São usados até hoje em algumas regiões da Holanda principalmente nos “Polders” devido a umidade, porem a maioria hoje são pintados para facilitar sua limpeza e conservação.
O tamanco mais antigo foi encontrado no Sul da Holanda com 200 anos.

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